Decifre O Enigma: "O Portal Invisível".

"O Portal Invisível".

Chamam-me fim, mas sou continuação,
Um passo além da própria razão.
Sou a porta que abre e nunca se fecha,
A sombra que acolhe, o véu que se deixa.


Não sou ausência, tampouco castigo,
Mas um outro caminho, um antigo abrigo.
Se o corpo desaba, a alma se expande,
Sou a ponte invisível por onde ela ande.

Dizem que sou transição, um voo sem asa,
O tempo que para, mas também que passa.
O começo do fim? Ou o fim do começo?
Se há ilusão, a matéria tem preço.

Sou um portal para a outra morada,
Onde o que pesa se torna mais nada.
Deixo a carne, resgato o sutil,
Pois sou invisível e também gentil.

Alguns me temem, sem me conhecer,
Pois vejo o além, que não se pode ver.
Sou a pausa da dor, sou libertação,
A chave que abre a imensidão.

E se sou morte, sou vida em verdade,
Do outro lado do véu, existe a saudade.
Ilusão, me chamam, matéria que mente,
Mas a vida é um ciclo, do eterno presente.

Quem crê em mim, enxerga passagem,
O fim do cansaço, o fim da imagem.
Sou transição, serei renascer,
Aquilo que morre, se torna viver.